quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Nagoya 2010 vai ser um Vexame GlobaL

ESSE NEGÓCIO DE REDUZIR O DESMATAMENTO FOI “CONVERSA PRÁ BOI DORMIR” ???

Em 2003, a estimativa da Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS) mostrava que o consumo de madeira no Brasil era da ordem de 300 milhões de m3 / ano, dos quais apenas 100 milhões eram oriundos de florestas plantadas, fundamentalmente para a produção de celulose. Com um crescimento consistente de mais ou menos 5% ao ano, é provável que o déficit ainda esteja próximo dos 300 milhões de m3 / ano, mesmo a despeito do que vem sendo plantado para a produção de carvão siderúrgico.

No mais importante acordo internacional para gestão da fauna e da flora do planeta (CDB), o governo brasileiro fez graça ao assumir para 2010, a meta de zerar o desmatamento da Mata Atlântica e reduzir em 75% o desmatamento da Amazônia. Um acordo que não será cumprido, por uma razão muito simples: não temos outra fonte de madeira que não seja a oriunda de desmatamentos.

E, não poderia ser diferente, pois não dispomos de políticas públicas que incentivem a produção de madeiras de reflorestamento capazes de substituir as madeiras da amazônia. Muito pelo contrário, o setor brasileiro de florestas plantadas tem sofrido limitações graves que dificultam a sua expansão e consolidação, com uma legislação complexa e discriminatória que limita o uso da propriedade para produção de madeira em ciclos mais longos. O que um pobre mortal tem dificuldades para entender, num País onde já temos mais de um milhão de km2 de áreas suscetíveis à desertificação, com uma parcela significativa já num estágio avançado de degradação.

Quem sabe, poderíamos aproveitar a viagem até a próxima Copa do mundo e aprender um pouco com a África do Sul que desde a Conferência da IUFRO (DURBAN/2007) vem recuperando suas terras degradadas com o plantio de espécies híbridas resistentes, como uma forma de produzir madeira com alto valor agregado sem competir com a produção de alimentos. Dentre elas, uma nossa conhecida e pronta para ser escalada para entrar nesse jogo: E.camaldulensis x E.grandis.

Gisele Bündchen é "o cara"

O discurso de Gisele Bündchen como embaixadora da ONU para o meio ambiente foi curto e grosso. E, penso que todo mundo que quis ouvir, pode entender a sua mensagem com muita clareza. Quase um desabafo que permito-me resumir mais ou menos assim: "... o meu País não tinha ciclones extra-tropical, nem tornados, nem ventos de 100 km/h e nem tampouco tantas enchentes como temos visto nos últimos anos, MAS AGORA TEM TUDO ISSO COM MUITA FREQUÊNCIA!".

Gente, acredito que esse tenha sido o diagnóstico mais convincente que se pode ouvir nos últimos anos sobre o resultado dos descasos ambientais em todo o mundo. Uma assertividade que transforma muito do que se tem dito por aí, em meras baboseiras que quase sempre acabam por desviar a nossa atenção do foco principal dos verdadeiros problemas.