sábado, 3 de abril de 2010

Não tem o menor fundamento a informação de que os eucaliptos consomem mais água que outras culturas tradicionais.

Nem tampouco que as raízes dos eucaliptos são profundas, pois elas não passam de 2,5 metros e nem que precisam ser arrancadas com tratores pois o eucalipto é sabidamente uma das madeiras que biodegradam rapidamente na umidade da terra e transformam-se rapidamente em matéria orgânica (porisso que os mourões precisam ser tratados em autoclave). Gostaria de sugerir que os arautos da ecologia vissem os anais da IUFRO 2007, onde tratou-se do plantio de eucaliptos para recuperação de terrenos em processo de desertificação, inclusive com lençol freático salino. Poderiam ainda, visitar o site http://www.clonal-solutions.com.au/products/saltgrow/, de uma empresa australiana que se dedica justamente a esse tipo de recuperação de solos com eucaliptos. Seria bom que também visitassem o campus da ESALQ-USP em Piracicaba (SP), onde se monitora o lençol freático sob uma floresta de eucalipto a mais de 20 anos, com o diagnóstico de que o comportamento desse lençol tem o mesmo comportamento dos relacionados às florestas nativas em geral. De acordo com o pesquisador José de Castro Silva, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), “quando se analisa o balanço de água numa floresta, deve-se levar em consideração a interceptação, evaporação, transpiração e escoamento superficial da água. A maioria das críticas ao eucalipto é relativa à transpiração. Mesmo dentre as diferentes espécies do gênero Eucalyptus, existem diferenças marcantes. O Eucalyptus camaldulensis, espécie muito plantada no cerrado mineiro, onde a deficiência hídrica é elevada, apresenta uma transpiração muito baixa, quando comparada com Eucalyptus urophylla e Eucalyptus pelita. Alguns pseudocientistas chegaram a afirmar que o eucalipto poderia consumir até 360 litros de água por dia. Num espaçamento de 2 x 2 metros, isso equivaleria a uma evapotranspiração diária de 90 milímetros, o correspondente à cifra astronômica de 16.425 milímetros anuais. Por certo, tais valores são irreais e contrariam todas as bases científicas, levando-se em conta a quantidade normal de energia solar disponível para a evaporação da água, onde o limite máximo de evapotranspiração anual é de 1.500 milímetros anuais e a ação dos estômatos que realiza efetivo controle biológico do processo de transpiração da planta”. O que precisamos é de projetos adequados de reflorestamento. Pois já dispomos de experiência e de tecnologia suficientes para conviver bem com essa cultura exótica, a semelhança do que já vimos fazendo com o café, milho, arroz, feijão, batata, soja, capim brachiaria, cana de açucar etc...